quarta-feira, 4 de maio de 2011

Oyá: Divindade dos Ventos e a Rainha dos Raios!


O nome “Oyá” significa: ela transforma em dois.
Inicialmente ela recebe este nome pois torna-se dona de um rio.
Posteriormente foi apelidada como Iansã (Yánsàn), de origem "Ìyá ommo mésàn
que significa Mãe de Nove (que será explicado nas lendas dela).

Agora, por que o Orixá é chamado de Oyá?
Os Ipôs estavam ameaçados de destruição pelos Tapás. Para que isso não acontecesse foram feitas oferendas com as roupas do rei dos Ipôs. Duas galinhas foram ofertadas 

e a roupa teve que ser rasgada em duas para sacrificar as galinhas em duas oferendas. 
No momento do corte, fortes ventos e raios se formaram. As galinhas puseram-se a cacarejar surpresas. Diz-se que até hoje, em todo corte para Oyá, elas sentem a presença de Oyá e cacarejam antes de irem para o sacrifício. Desta forte ventania, surgiu a tempestade que dividiu o rio em duas partes que inundou um dos lados que se enfrentavam. Ou seja, os Tapás foram afogados e os Ipôs saíram vitoriosos devido à divindade dos ventos. Foi a partir daí que os habitantes de Ipô batizaram o Rio de Odò-Oyá (Rio de Oyá = Rio de duas partes) e por isso este Orixá recebeu este nome. 

Dia da semana:
Terça-feira.

Saudação:
"Epá iê iô" / "Èpà Heyi" - Saudamos os majestosos raios e ventos de Oyá!
Epá Heyi = saudação a um dos raios dela, para que venha com calma
Epá = seria como a nossa exclamação: “Ei!”
Heyi – raio de Oyá.

(antigamente o nome de um escravo que se tornou, posteriormente,
um comunicador entre as pessoas e ela, como um raio.)
 
Cor:
Vermelho e branco.

Parte do corpo que rege:
Olhos e sistema digestivo.

Ferramentas:
Punhal, aliança, espada, chifre de búfalo, taça, Eruexím (Eruesín) que é o rabo de cavalo.
 

Sobrenomes de Orixá:
Niqué, Fomiqué, Timboá, Nidê, Nirê, Dê, Fanquê, Bocí, Dinadá, Miê, Demí, Insu, Egúnitá, Ladê, Taladê, Bomí, Bossí, Tolá, Duaê, Tuqué e Dirã.
Sendo Oyá Timboá, um Orixá de rua.


SOBRE ESTE ORIXÁ

Deusa guerreira, a mais agitada dos Orixás femininos. É também a dona do teto e da aliança. Atua em todos os campos que envolvam o relacionamento amoroso e, 

por isso, é muito solicitada para resolver casos de união.

Oyá é a força dos ventos, dos raios e furacões, das brisas que acalmam, 

das coisas que passam como o vento, dos amores sensuais e passageiros 
e das tempestades que assolam a existência, mas não duram para sempre.
Orixá do fogo, dona da alegria e da paixão que arde como o fogo. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase "estou apaixonado" tem a presença e a regência de Oyá, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio e o fascínio enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das consequências de um ato impensado no campo amoroso. 

Oyá rege o amor forte e violento.

Controla o Ygbalé (casa dos mortos). Além disso, é a Senhora dos Egúns (espíritos dos mortos), dos quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexím. É ela que servirá de guia, ao lado de Xapanã, para aquele espírito que se desprendeu do corpo.

Esta música é uma homenagem de Daniela Mercury (filha de Xangô com Oyá).
Clique no botão PLAY no vídeo e confira o clipe! 


 


LENDAS

Oyá e os Egúns:
Oyá lamentava-se de não ter filhos. Embora a carne de cabra lhe fosse recomendada, ela comia a de carneiro. Oyá consultou um babalaô, que lhe revelou seu erro, aconselhando-a a fazer oferendas. Tendo cumprido essa obrigação, Oyá tornou-se mãe de nove crianças, 

o que se exprime em Yorubá pela frase: "Ìyá ommo mésàn", origem de seu nome Iansã.
Oito nasceram mudos e surdos e o último nasceu um Egún e graças aos sacrifícios recomendados por Ifá, nasceu com o poder de falar com voz estranha e sobrenatural 

que imita a voz do macaco africano chamado Ijimaré. 
Oyá, portanto é o único orixá capaz de enfrentar e dominar os Egúns.

Oyá Conquista os Orixás masculinos e o Amor de Xangô:

Antes de ter sido esposa de Xangô, Oyá percorreu vários reinos.
Em Oxògbô, terra de Oxáguiàn, aprendeu e recebeu o direito de usar o escudo.
Deparou-se com Bará nas estradas e com ele se relacionou e aprendeu os mistérios da magia. No reino de Odé, seduziu o deus da caça, aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal com a ajuda da magia aprendida com Bará.
Oyá partiu, então, para o reino de Xapanã, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução. Porém, Xapanã resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. Oyá aprendeu a conviver com os Egúns e controlá-los. Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio da espada. Partiu, então, para Oyó, reino de Xangô, e lá acreditava 

que teria o mais vaidoso dos reis, e aprenderia a viver ricamente. 
Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Oyá aprendeu muito mais.
Xangô enviou-a em missão na terra dos Baribas, a fim de buscar um preparado que, 

uma vez ingerido, lhe permitiria lançar fogo e chamas pela boca e pelo nariz. 
Oyá desobedecendo às instruções do esposo, experimentou esse preparado, 
tornando-se também capaz de cuspir fogo.
 E para completar, aprendeu a amar verdadeiramente pois Xangô deu a ela o seu coração.
Oyá amou Xangô e como prova disto, sempre envia seus ventos e raios para o mundo e anuncia a chegada dos trovões de Xangô. E por isso, aparece no ritual antes de Xangô.

Oyá e os Chifres de Búfalo:
Ogum foi caçar na floresta. Colocando-se à espreita, percebeu um búfalo que vinha em sua direção. Preparava-se para matá-lo quando o animal, parando subitamente, retirou a sua pele. Uma linda mulher apareceu diante de seus olhos. Era Oyá. Ela escondeu a pele e dirigiu-se ao mercado da cidade vizinha. Ogum apossou-se do despojo, escondendo-o 

no fundo de um depósito de milho, ao lado de sua casa, indo, em seguida, 
ao mercado fazer a corte à mulher-búfalo. 
Ele chegou a pedí-la em casamento, mas Oyá recusou inicialmente. Entretanto, ela acabou aceitando porque quando voltou à floresta, não mais achou a sua pele. Oyá recomendou ao caçador a não contar seu segredo. Viveram bem durante alguns anos. 
Ela teve nove crianças, o que provocou o ciúme das outras esposas de Ogum. 
Estas, porém, conseguiram embebedar Ogúm e descobriram o segredo da aparição da nova mulher. Logo que o marido se ausentou, elas começaram a cantar: 
"Máa jê, máa mú, àwô rê nbé nínú àká", ("Você pode beber e comer e exibir sua beleza mas a sua pele está no celeiro, você é um animal").
Oyá compreendeu a alusão; encontrando a sua pele, vestiu-a e voltando à forma de búfalo, matou as mulheres ciumentas. Em seguida, deixou os seus chifres com os filhos, dizendo: "Em caso de necessidade, batam um contra o outro, 

e eu virei imediatamente em vosso socorro".

Esta lenda é mostrada em um trecho da Série Mãe de Santo.
Clique no botão PLAY no vídeo e confira!


 

Ogum Megê (sete) e Oyá Mésàn (nove):
Segundo a lenda, Oyá vivia feliz com Ogum, pois os dois tinham muitas coisas em comum, como o gosto pela guerra e o desejo de desbravar novos lugares. Gostavam da companhia um do outro, sentindo-se em harmonia. Com ele, que é conhecedor de todos os caminhos, Oyá aprendeu a andar pela Terra. Gostava muito de vê-lo trabalhar, em seu ofício de ferreiro, tentando aprender com ele como confeccionava suas armas e ferramentas. Oyá pedia insistentemente que lhe fizesse uma arma para guerrear.
Um dia, Ogum a surpreendeu, oferecendo-lhe uma espada curva, que era ideal para seu uso. Mas Ogum não a levava em suas batalhas, deixando-a sozinha e entediada. Sem falar no tempo que gastava em seus afazeres de ferreiro. Oyá adorava a liberdade, mas ao mesmo tempo, não dispensava uma boa companhia. Começou a sentir-se rejeitada por ele. Foi nesse momento que Xangô, o grande rei, foi procurar Ogum, pois precisava de armas para seu exército. Ele era muito atraente e cuidadoso com sua aparência. 

Era impossível não notar sua presença.
Ogum, aceitando o pedido, começou a produzir armas para Xangô, que tinha muita urgência. Ficaria na aldeia o tempo necessário para o término do serviço.
Xangô também notou a presença de Oyá, sentindo uma grande atração por ela. Aproximou-se dela para trocar conhecimentos a respeito de suas habilidades. Descobriram, nessas conversas, que possuíam muitas afinidades, inclusive 

que não gostavam de viver isolados, assim como Ogum.
Xangô propôs-lhe uma união eterna, sem monotonia, sem solidão, viajando 

sempre juntos por toda a Terra. Seria uma união perfeita.
Quando Ogum terminou seu trabalho, os dois já haviam partido. Ele ficou enfurecido

com a traição de ambos. Partiu atrás deles para vingar sua desonra.
Oyá estava vindo ao seu encontro para explicar-lhe que não poderia mais ficar com ele pois Xangô a completava, mas que o respeitaria sempre como o grande Orixá da guerra.
Ogum estava tão enfurecido, que não ouviu o que ela dizia, e foi com grande fúria que investiu contra ela, erguendo sua espada. Oyá, em defesa própria, também o atacou. 

Ela foi golpeada em nove partes do seu corpo e Ogum em sete.


 O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OYÁ

Os filhos de Oyá estão sempre apaixonados ou se apaixonando, pois este orixá 

é a regente dos sentimentos fortes e audaciosos. Não estou aqui falando só de relacionamentos amorosos mas também entram de cabeça e apaixonam-se por novos assuntos, novidades e ideologias. Também estão propensos a ataques de raiva, atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar ou aterrorizar. São pessoas diretas, ciumentas, possessivas, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição. Ao mesmo tempo, costumam ser amigas fiéis para os poucos escolhidos 
de seu círculo de amigos, família e relações amorosas.

Características Positivas:
Pessoas prestativas. Em certos momentos comunicativas, falantes e amigas e de uma hora para outra são sensíveis e reservadas. Perseverantes, sabem o que querem mas nem sempre os outros sabem o que elas realmente querem. São dotadas de muita imaginação, decisões rápidas e audaciosas. Charmosas, delicadas e atraentes.

Características Negativas:
São vingativas, se aborrecem facilmente, perdoam mas nunca esquecem. Gostam de intrigas e fofocas. Extremamente agitadas, confusas, ciumentas e possessivas (não só no sentido amoroso, mas também em amizade e família). Atrás da meiguice se esconde um forte antídoto, que nem sempre pode fazer bem ao próximo.


O HOMEM DE OYÁ

Dotado de espírito extremamente forte, é capaz de enfrentar tudo que o destino colocar em sua vida, dotado de olhos expressivos, irradia uma personalidade determinada e de força positiva. Amoroso, generoso, leal, capaz de emoções profundas mas, no entanto, é fofoqueiro e capaz de vingar-se cruelmente a afrontas recebidas, tratar friamente quem mais ama, viver de forma egoísta e ter explosões violentas. Tem inata habilidade de lidar com o oculto e está preparado espiritualmente a animar e controlar seus irmãos.


A MULHER DE OYÁ

São mulheres festeiras, sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. Surpreendente pelos defeitos e qualidades que possui. Adora a liberdade e não admite perdê-la. De temperamento forte, precisa de suavidade em sua vida, só que às vezes confunde suavidade com fraqueza e sonhos com romantismo. É exigente e afetiva. Quando estão infelizes tendem a ter surtos de raiva, chorar às escondidas ou dormir demais. Algumas ciumentas e fazem parecer com que seja impossível delas esconder qualquer coisa. Capacidade de captar erros ou descobrir mentiras ou segredos como se adivinhassem, embora sejam investigadoras e curiosas, descobrem as coisas por intuição, um lampejo, uma idéia que lhe vem à mente. 

Mesmo sabendo de mentiras, para proteção própria ocultam a descoberta.
Excelentes médiuns. Separações, doenças hereditárias e mortes súbitas de pessoas

estão presentes em sua vida como forma de ligá-las a seu Orixá pois a morte 
e a regeneração são uma constante no destino de Oyá.

 
REZAS

Para finalizar, colocarei algumas rezas (adúras) e traduções.
Será muito bom dançar para Oyá sabendo a tradução destas rezas.


OYÁ NIDÊ/NIKÊ:
Axé: A maia, maia, maia, maiô, maiô, Oyá dé mocêkébà, maiô maiô.
Resposta: A maia, maia, maia, maiô, maiô, Oyá dé mocêkébà, maiô maiô.

Tradução literal:
Quebrou, quebrou, Alegria, Alegria, Alegria! 
Oyá transmite delicadeza mas quebrou a tristeza, quebrou quebrou.

Tradução simbólica:
Com seu olhar, ela quebra em pedaços a tristeza.
E transmitindo delicadeza, traz a alegria!

Axé: Oyá dè LOyá,
Oyá dè LOyá, lanu pewó, Oyá de LOyá.
Resposta: Oyá dè LOyá, lanu pewó, Oyá de LOyá.
Axé: Ô lanu pewó.
Resposta: Oyá de LOyá.

Axé: Oyá má té ariwò, àkàrà rò oyin jó kó lò.
Resposta: Oyá má té ariwò, àkàrà rò oyin jó kó lò.
Axé: Oyá lùpà dewò iansã bewó, àkàràrò oyin jó kó lò.
Resposta: Oyá má té ariwò, àkàràrò oyin jó kó lò.


Tradução:
Oyá esconda os raios, e faça seu akará regado a mel e sirva-o. 

(Àkàrá = bola de fogo). (dança com a saia no balanço do vento)

OYÁ TIMBOÁ

 
Axé: Adô Adô a sèmá, Adô semí LOyá.
Resposta: Adô Adô a sèmá, Adô semí LOyá.
Axé: É um a sèsé um a sèsé. (4 vezes)
Resposta: Oyá. (4 vezes)
Axé: amá má má má má má dó quê.
Resposta: É uma sèsé uma sèsé, Oyá má dó quê.
 

Tradução:
Está acompanhando o chão habitualmente, Oyá me mantém vivo através do chão.
Ela me mantém vivo, Oyá.  Ela me mantém vivo, Oyá. Habitualmente, habitualmente, mantém a verdade ao alto. Ela me mantém vivo, Oyá mantém a verdade ao alto.
Chão = obrigação (deitar para seu Orixá).


Condução de Eguns (juntamente com Ogum, Xangô Aganjú e Bará Lodê):
Axé: Alá wê pá fùú he, ê pá.
Resposta: Ê pá.
Axé: Alá wê pá fùú he, e pá.
Resposta: Ê pá.
Axé: Yànsán? lé pa fúù he.
Resposta: E pá.
Axé: Ogún lépa' kú ye.
Resposta: E pá.
Axé: Aganjú ô ní Bará, ê pá.
Resposta: Ê pá.
Axé: Alá wê pá fùú he, e pá.
Resposta: Ê pá.

Tradução: 

Yansã pode levantar? e matar com sua voz {som dos ventos}. 
Ogum, Aganjú e Bará afastem a morte por favor.

Encaminhamento de Eguns com Eruexím (juntamente com Bará e Ogum):
Axé: Ogum Oyá ô eléu eléu eléu aisô.
Resposta: Oyá ô eléu eléu eléu aisô
Axé: Oyá ô eléu eléu eléu aisô.
Resposta: Oyá ô eléu eléu eléu aisô.
Axé: Ogum Oyá ô lebê tè.
Resposta: ó lebê.
Axé: Bara Oyá ô lebê tè
Resposta: ó lebê.


 É uma grande responsabilidade falar de meu Orixá de corpo, da qual tenho paixão incondicional e propositalmente minha madrinha Indiara foi escolhida por ser filha de Oyá. Também quero dedicar este post ao empenho em me dar forças para continuar vindos de minha mãe e de minha amiga Vanda de Oxum Docô. Agradeço também a todas as pessoas que vem falar comigo e dizem: "E o blog???" - isto me dá forças também para seguir em busca do conhecimento. 


Espero que a Grande Mãe Oyá sinta a mesma honra de receber esta homenagem assim 
como sinto-me honrada de sentir a grande vibração que tive ao escrever sobre ela.

Já são mais de 2.800 visitas desde que comecei o Blog Orixá Sol!  

 
O número de seguidores triplicou e fico muito feliz com isso.
Espero que tanto os filhos de Oyá, quanto as pessoas que amam esta religião tenham aprendido, assim como eu, um pouco mais sobre esta bela divindade!
 

Epaiêiô!

Ju de Xangô Agodô.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ogum: O Orixá Ferreiro e o Senhor da Guerra!



O nome “Ogum”, em Yorubá “Ogún” tem significado de combate.

Chamado de Ferreiro pois é o senhor dos metais
É desbravador, sua lança abre novos caminhos.

Dia da semana: 
Quinta-feira.

Saudação: 
“Ògún Yê” ou “Pàtàkì orí Òrìsá” e “Pàtàkorí".
Tradução: Salve Ogum, Orixá importante da cabeça espiritual.

Cor: 
Vermelho e Verde.

Parte do corpo que rege: 
Costelas e Dentes.

Ferramentas: 
Espada, Obé (faca), bigorna, cobra de metal, corrente de ferro 
e a espada de São Jorge.

Sobrenomes de Orixá: 
Nira, Inira, Adiolá, Taladê, Adio, Adoré, Alefa, Gué, Dei, Onira, Mejê, Avagã, Elefá, Djocô, Miratã, Ciribó, Orobá, Dalúa, Ire, Ló e Manicéo.

Ogum de Rua: Acompanhado de Bará Lodê e Oyá Timboá, Ogum Avagã 
é um Orixá da Rua pois cuida do templo e de problemas com polícia.


SOBRE ESTE ORIXÁ

Veja o vídeo sobre Ogum.
Clique no botão PLAY do vídeo abaixo.

 


É o Orixá da guerra, das artes manuais e do ferro. 
É o patrono do desenvolvimento e da tecnologia. 
Orixá invocado para defender e resolver problemas de trabalho. 
Pelo seu caráter guerreiro, considerado patrono dos militares, 
é muito solicitado quando se deseja vencer demandas. 
 
Tem fama de gostar de bebidas alcoólicas, graças à lenda de ter sido embebedado por Oyá para que ela pudesse fugir com Xangô.

O próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura e para a guerra. É filho de Iemanjá com o Orixá Odùduwà.

É o dono da Obé (faca), por isso vem logo após o Bará porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e caminhos. Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. 
Protege também as portas de entrada das casas e templos.

Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, “Rei de Irê”.

LENDAS

 Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara de ferro igual a que lhe pertencia que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove partes, caso estas as tocassem em uma briga.

Xangô gostava de sentar-se perto da forja para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares à Oyá e ela também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito elegante, usava tranças e brincos, colares e pulseiras. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua vara mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi dividido em sete partes e Oyá em nove partes, recebeu ele o nome de Ogum Mejé (mejé = 7) e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe transformada em nove.

Agora conheça a lenda de Ogum e o voto de silêncio.

Clique no botão PLAY no vídeo e confira!


  

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUM

Filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia. 

Conheça mais um pouco destas características no vídeo abaixo. 
Clique no botão PLAY no vídeo e confira!




Características Positivas: 
Valentes, destemidos, buscam novos objetivos. São pessoas perspicazes, objetivas e corajosas. Amantes constantes, dedicados à família. Talentosos e inteligentes.

Características Negativas: 
Gananciosos, atrevidos, autoritários, desconfiados e um pouco egoístas. Usam a falsidade como tática de guerra, temperamentais e impiedosos.


O HOMEM DE OGUM

Como seu Orixá protetor, o filho de Ogum é um guerreiro também nos assuntos do coração. Passional, sempre empenhado em manter o jogo da conquista, é um amante completo. Ativíssimo sexualmente, super protetor com a pessoa amada, interessado em satisfazer-lhe as vontades, o companheiro de Ogum garante à sua parceira uma vida feliz em todos os sentidos. Por isso mesmo é um homem muito cobiçado pelas mulheres. E como sente necessidade de viver em permanente estado de paixão, torna-se presa fácil as aventuras amorosas. Isso gera grandes conflitos internos nele e na pessoa amada. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.


A MULHER DE OGUM

A protegida de Ogum é uma mulher que reúne as características femininas e masculinas. Bonita e sensual por fora, mas por dentro ela pensa com cabeça de homem . Justamente por ser assim, expôe-se mais que as outras mulheres e destaca-se em qualquer lugar. Também é esse seu lado masculino muito forte que a faz prezar a sua liberdade e independência acima de tudo, com reflexos na vida afetiva. É a mulher de Ogum quem conquista o homem e é ela também que o dispensa quando não o quer mais. Essa característica faz dela uma mulher difícil para parceiros machistas. Mas conquistá-la não é uma tarefa difícil e sim mantê-la sob domínio. Ela precisa de um companheiro por quem tenha grande admiração ou do qual dependa de alguma forma.

SAÚDE

A saúde de um filho de Ogum é boa. Ele é resistente e sua constituição forte evita as doenças. Os pontos fracos dele são as articulações, as dores de cabeça e as febres fortes.
Quando está doente o filho de Ogum não quer ficar em repouso. É muito trabalhoso convencê-lo a descansar e dar tempo ao seu corpo para se recuperar. Só fica na cama quando está verdadeiramente mal, aí então fala pouco e fica nervoso com a obrigação em parar para se refazer.
Seus problemas de saúde são mais para o tipo violento e repentino do que para doenças crônicas e demoradas.
As doenças nervosas como úlceras, esgotamentos e depressão são menos comuns, mas podem atingí-lo se ele cometer excessos de trabalho ou for mal sucedido em seus empreendimentos.

O RITUAL DO AFORIBA

 O aforiba é o momento em que Ogum e Iansã demonstram a passagem em que Iansã embebeda Ogum para fugir com Xangô.



Axé: Ogún a fô rìbá
Resposta: A mò rô Ogún fè rê rê
Axé: Ogún a fà bámì ô
Resposta: A mò rô Ogún fè rê rê

 Tradução: 
Sou Ogum e não canso de amar, sei que dói, mas me ajude,
você é minha riqueza, quero sua força.



 Todos estavam ansiosos para conhecer um pouco mais sobre este glorioso guerreiro.
Recebi muitos e-mails com solicitações e curiosidades.
Espero que grande parte tenha sido respondida neste post.

Agradeço aos seguidores do blog pelo apoio e carinho!
Já são mais de 670 visitas deste pessoal possuidor de um grande axé!

Ogún Yê!

Ju de Xangô Agodô.


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bará: Princípio de Movimento e o Mensageiro dos Orixás!



É o gerador do que existe, do que existiu e do que ainda vai existir.
 O nome “Bará” significa: aquele que é possuidor do poder. 
Também chamado de Exú Bará, pois “Exú” significa esfera, 
aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim.

 Dia da semana: 
Segunda-feira.

Saudação: 
“Alúpo” ou “Lálupo” – Tradução: Venha, ó falante!

Cor: 
Vermelho.

Parte do corpo que rege: 
Esqueleto, pênis, pâncreas, uretra, urina e rege também o sangue.

Ferramentas: 
Chave, foice, corrente e punhal.

Sobrenomes de Orixá: 
Lodê, Lanã, Tiriri, Adague, Burucú, Baluaê, Agelú,Toquí, 
Demí, Alupanda, Bí, Leba, Abanadá, Bô e Tolabí.

Dividem-se basicamente em dois tipos:  

Barás de dentro de casa
Bará Agelú, Lanã, Adague, etc., considerados mais calmos.

Barás da rua
Bará Lodê, considerado violento e por isso muito respeitado. 
É o guardião do templo, portanto deve-se cumprimentá-lo 
por primeiro ao entrar no terreiro. 
Seu assentamento e seus pertences ficam guardados 
à parte numa casinha entrada do Ilê. 
Acompanham o Bará Lodê: Ogum Avagã e Oyá Timboá,
igualmente denominados Orixás de rua.


SOBRE ESTE ORIXÁ

Um de seus símbolos marcantes é a chave pois é o que permite
a passagem e o início de tudo e é responsável pelos caminhos.

 As questões mais imediatas relacionadas a dinheiro e trabalho, 
é a ele que pedimos abertura.

Faz a interligação entre “Orún” (mundo material)
e “Aiyê” (mundo espiritual). Pedimos a ele que leve 
aos demais Orixás nossos pedidos e agradecimentos, afinal, 
não teremos êxito sem antes pedirmos e ofertarmos algo a ele. 
Bará é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar
a fim de assegurar que tudo corra bem.

Outra característica marcante de Bará é ser o detentor 
e o transmissor da fertilidade e da fecundação. 
Este Orixá cuida da parte sexual dos seres vivos e de seus órgãos 
de reprodução. Seu outro símbolo é o "Opá Ogó", a forma fálica (pênis). 
Longe de ser obsceno, pois a presença de Bará 
se faz necessária na geração de uma vida. 

É o mais humano dos orixás, por exemplo: adora agrados e oferendas, 
detesta água e chuva, nos dias chuvosos é inútil lhe entregar oferendas na rua. 
Nestes dias é melhor deixá-los guardadas no Quarto-de-Santo até que a chuva cesse.

Ele está presente nos lugares onde existem multidões, gargalhadas, risos fartos e nas alegrias incontidas. É o desprendimento do nervosismo contido no peito, a rapidez do deslocamento.

Por ser provocador, astucioso e sensual é comumente confundido com a figura de diabo, o que é um absurdo dentro da construção teológica Yorubá, visto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do mal. 
Mesmo porque nesta religião não existe diabo.

“Capaz de carregar o óleo que comprou no mercado 
numa simples peneira sem que este óleo se derrame”. 

E assim é Bará, o Orixá que faz o acerto virar erro e o erro virar acerto.
Além disso, ele é muito irreverente, adorando resolver e propor enigmas. Caminha no tempo e espaço com tranquilidade, buscando coisas no passado, presente e futuro. Se ele não é tratado de maneira correta, ele confunde e zomba de quem o maltrata. Mas quando
é reverenciado, ajuda, abre caminhos e soluciona. 

  Mostrarei isto através de um trecho de um filme chamado Besouro.
Vale à pena assistir! Clique no vídeo e confira!

 


LENDAS

Segundo a mitologia, ele adora inverter a ordem estabelecida, como, 
por exemplo, a mulher trabalhar fora de casa e o homem gerar 
as crianças e cuidar de todas as atividades do lar. 
Isso serve para incentivar mudanças e desenvolvimento.

Esta lenda é mostrada em um trecho da Série Mãe de Santo.
Clique no vídeo e confira!


  As diferenças físicas que existem entre todos os seres, 
principalmente os humanos, é um atributo de Bará, 
caso contrário, seríamos exatamente iguais.


 O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE BARÁ

Os filhos de Bará possuem uma personalidade muito marcante, 
ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. 
Por isso para ter-se um amigo ou filho de Bará é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele. 

São pessoas altamente fiéis aos seus princípios, aos amigos 
e às suas causas. São corajosos e dedicados. Amáveis, não medem esforços nem sacrifícios para auxiliar as pessoas que ama. 
Excelentes amantes, a virilidade é uma característica básica
daqueles regidos por este orixá.

Características Positivas: 
Sempre chegam ao seu objetivo, mesmo que para isto tenham que se empenhar de corpo e alma. Fortes, capazes, românticos, felizes, participativos, francos, inquietos, sinceros, espertos e atentos.

Características Negativas: 
Severos e exigentes ao extremo, caprichosos, extremamente vaidosos 
e ambiciosos. Brigões, debochados e brincalhões.


O HOMEM DE BARÁ

O Orixá do sexo, da procriação e da fertilidade, faz de seus filhos homens com enorme poder de sedução. Afinal, cabe a ele o papel 
de dar continuidade à espécie. Mas justamente por ser extremamente sensual e também por ser versátil, será capaz de agir dessa forma com várias pessoas ao mesmo tempo. O mais interessante de tudo é que ele dificilmente se afasta definitivamente das mulheres com quem manteve vínculos amorosos e sexuais. Por esta razão, não é difícil reconquistá-lo, principalmente se ele se deu bem sexualmente com essa parceira interessada em tê-lo de volta.


A MULHER DE BARÁ

Assim como o homem de Bará, a mulher é dotada de muita sensualidade. Mas esta é uma característica que ela não deixa transparecer com facilidade. Pelo contrário, tentará escondê-la atrás de uma imagem bastante reservada. Poderá ser mais transparente em relação ao sexo, 
se sentir segurança com seu companheiro. E segurança emocional 
para uma filha de Bará significa encontrar um homem 
que desenvolva com ela uma grande cumplicidade. 
Aí sim ela se soltará e se mostrará como realmente é: 
extremamente sensual.

 
REZAS

Para finalizar, colocarei algumas rezas (adúras) e traduções. 
Será muito bom dançar para Bará sabendo a tradução destas rezas.


Bará Lodê

Axé: Exú ô Lodê.
Resposta: Exú Exú ô Bará lanã.

 Tradução: 
Bará, o do lado de fora. Bará, o que no dá as coisas no caminho.


Bará Agelú

Axé: Exú lanã fô míô, exú lanã fô malé ô.
Resposta: Exú lanã fô míô, Exú lanã fô malé ô.

Tradução:
Bará dos caminhos, filho da dona das águas,  
Bará dos caminhos, vigia a noite para você.

Explicação:
 Bará, assim como Ogum, é filho de Iemanjá com o Orixá Odùduwà. 
Odùduwà, Orixá da Criação, ancestral dos reis Yorubás coroados. 
Ogum era muito ligado ao irmão mais velho. Os dois eram muito aventureiros e brincalhões. Quando Bará foi expulso de casa pelos pais, Ogum ficou muito zangado e resolveu acompanhá-lo. 
Foi atrás dele e por muito tempo correram o mundo juntos. 
Bará, o mais esperto, resolvia para onde iriam e Ogum, o mais forte e guerreiro, ia vencendo todas as dificuldades do caminho. 
Por este motivo, Ogum sempre surge no culto logo depois de Bará, 
pois honrar seu irmão é a melhor forma de agradá-lo. 
Enquanto Bará é o dono dos caminhos e encruzilhadas, 
Ogum governa a reta dos caminhos.


BARÁ LANÃ

Axé: Egbá rà bô alaroiê a exú lanã, ba rà bô alaroiê a exú lanã, 
e mó dé ko ê ko de bará bô, bará bô, bará eléfa exú lanã.
Resposta: Egbá rà bô alaroiê a exu lanã, ba rà bô alaroiê a exu lanã, 
e mó dé ko ê ko de bará bo, bará bô, bará eléfa Exú lanã.

Tradução:
Tenho fé em ti Bará e peço licença para louvá-lo em minha casa; 
Nossa casa está limpa, proteja a nossa terra. Seu poder limpa o caminho.
Bará Lanã = Bará Lonã. Lonã = caminho.

 
BARÁ LANÃ

Axé: Exú bará lo bè bè tiriri lanã, exú tiriri, 
bará lo bè bè tiriri lanã, exú tiriri.
Resposta: Bará exú tiriri lanã, exú tiriri lanã, 
bará ke bará Exú bará, Exú tiriri lanã.

Tradução:
Minha fé me alimenta, peço para o Precioso Bará dos Caminhos, Precioso Bará dos Caminhos, esse é o Exú que nos dá coisas no caminho.
Tiriri = valoroso/precioso
Bará Lanã = BARÁ LONÃ = lonã = caminho.

Cito outro trecho da Série Mãe de Santo onde 
mostra Bará dançando esta reza. 
Clique no vídeo e confira!

 


Certamente nosso Pai Bará gostou da idéia 
do Blog Orixá Sol pois é o Orixá da Comunicação.

Foram mais de 350 visitas no blog desde segunda-feira passada!  

Confesso que fiquei muito surpresa com esta rapidez. 
Mas ao mesmo tempo muito feliz com os comentários na postagem 
inicial e os seguidores que estão prestigiando o blog.

Também, estou aqui para agradecer ao Lelê de Oxum pelas 
novas contribuições nas saudações dos Orixás Odé, Iemanjá e Oxalá!

Espero que tanto os filhos de Bará, quanto as pessoas que amam 
esta religião tenham aprendido, assim como eu, 
um pouco mais sobre este grande Orixá! 

Alúpo!

Ju de Xangô Agodô.